terça-feira, 18 de agosto de 2009
VÍCIOS
No Carnaval do ano passado após mais uma crise de estômago que geralmente assola a minha vida decidi parar de fumar. Foi algo que não pensei. Só aconteceu. Geralmente programo e ensaio tudo. Pensei até na dessenssibilização sistemática... Mas essa foi simplesmente do nada. Depois de cervejas, shows, caranguejos, camarões, ostras e afins... Ao invés de voltar para o trabalho, voltei para médico. Chegando lá, fui com o meu pai (como se precisasse, mas não se discute com um homem de 54 que pensa que você ainda tem 10) e o mesmo vendo lá a minha cara arrasada de mais uma consulta sem fundamento - enquanto eu sei que na verdade as combinações afrodisíacas carnavalescas não combinavam com o meu estômago – ele adentrou o consultório. Como de praxe, “o que você está sentindo?”, “o que você comeu?”, “você bebe ou fuma”, “já fez outros exames?”... Tudo respondido como de praxe. O simpático médico de mais ou menos uns 150 quilos, era um doce de criatura e a priori, um excelente gastro. O senhor cinqüentão, ouvindo a história sentado na cadeira do lado completou: “Dr ela ainda fuma!” Como se tivesse algo no contexto que coubesse o comentário. Enfim, ele não perdeu tempo em falar dos malefícios do tabaco, porque se aos 27 se você fuma, ainda é um retardado. Com o silêncio do doutor que na verdade não expressou susto ou fez qualquer referência ao que foi dito, fiquei cá com os meus botões... Eis que fiz a pergunta: “isso pode ter algo a ver?” Aí sim, ele dedicou-se a falar sobre os malefícios estomacais do tabaco. Após a troca de informações sobre o meu estado e as conseqüências do cigarro não tive simplesmente mais vontade de fumar. Logo porque, eu estava sinceramente me sentindo muito mal. Alguns aprendem rindo outros chorando. Eu ainda tinha que me lembrar e me preparar para a minha “5ª endoscopia digestiva alta”. E eu já sabendo que não ia dar em nada. Ninguém fez tantas endoscopias como eu. Meu pai não sabe, mas ele me fez parar de fumar. Estou contando essa história somente porque se você fuma vai saber do que estou falando... daquela fumaça fedorenta e maravilhosa que adentra os nossos pulmões. A combinação com uma cerveja, coca-cola ou café para uns cai ainda melhor. Como não sou mais fumante, não vou ter que me preocupar, por exemplo, se eu quiser fumar vou ter que ir sair do meu ambiente de trabalho para fazê-lo, ou se estiver na boate vou ter que ir para o fumódromo, ou se estiver em um restaurante vou precisar sair para outro lugar. Enfim, que os fumantes sejam extintos! Só queria saber como. Hoje há tantas restrições, que ao invés de medidas preventivas para diminuir o uso do cigarro proibiu-se eles de freqüentarem os mesmo lugares que nós. Isso não será discriminação? Ou será democracia? Outro dia vi no jornal do meio-dia que em São Paulo está ocorrendo uma campanha para que as pessoas não fumem em ambientes públicos porque agora é lei. O que farão os fumantes então? Me diga você.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário