segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Peça de teatro de botequim.

 Tenho uma língua grande, se não tivesse tanta vontade falar/escrever nunca teria inventado essa história de blog... Ontem descobri que de tanto falar em máscaras recentemente tem gente que não anda conseguindo se sustentar nas suas. É sabido que quando se investe em um personagem novo, para sua vida ele leva algo de você. A vida sempre foi um eterno teatro, tem cada momento de aflição, alegria, desespero, felicidade... Mas até onde esses personagens vão? Quanto tempo conseguimos manter os personagens que criamos? Recentemente, amiga da meia-noite, mais uma das nossas passou a acreditar que se criasse um novo personagem, vestisse uma nova roupa, usasse uma nova máscara e colocasse uma pedra no passado as coisas iriam melhorar. Melhoram um pouco, ela não está mais só. Mas a custo de quê? Estar sozinho, tem muitos sentidos. Não adianta colocar uma pedra no passado. Não adianta achar que as coisas serão esquecidas, podem até ficar adormecidas, mas um dia elas virão à tona. Ninguém sustenta um personagem por muito tempo, nós somos as escolhas que fazemos e teremos sempre um preço a pagar por elas. E ora, amiga da meia-noite, há quem diga que a culpa é externa ou sobrenatural! Procuramos explicações sobrenaturais para as coisas muito naturais. Bem embaixo do nosso nariz. É mais fácil culpar os outros do que a nós mesmos. Nos sentimos enganados, quando na verdade nos enganamos e enganamos os outros. A culpa na verdade não é do outro é nossa. Nós criamos os personagens e a história, cabe a nós mesmo determinar o final feliz da nossa vida. Me lembra aquela música da Ivete: “não precisa mudar, vou me adaptar ao seu jeito, seus costumes, seus defeitos...”, para ser verdadeiro você precisa ser você mesmo, na mais pura imprecisão diária de adjetivos. É clichê: “não existe ninguém perfeito”, então para que fazer tipo mulherada? Ainda neste século? Acho que não nos cabe mais, que nos aceitemos umas às outras tais como animais na floresta, cada uma com a raça, cor, cheiro e importância na cadeia alimentar. Se você nasceu onça para quer ser macaco? Se é uma libélula para que ser cobra? Ou vice-versa. Tudo bem que aqui no nordeste o chauvinismo ainda é forte, mas a culpa ainda é nossa. Passamos mais tempo concorrendo com as outras e nos apontando que nos defendendo. Owwww raça desunina Senhor! Em verdade vos digo: mentira tem perna curta, cuidado para no final das contas não virar um Saci, que para piorar pode ser aprisionado em uma garrafa.

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