sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Amizade ou amor?

Querida ‘amiga da meia-noite’, mais uma vez nos colocamos aqui jaz, um corpo estendido no chão. Defina-se então! Rimas à parte, eis que filosofar sobre o assunto, você sabe que não tem sido fácil. Desde que o mundo é mundo – se é que ainda é mundo devido às contigências atuais – nos aproximamos daqueles com quem nos assemelhamos. Quando nos perdemos no meio de tanto altruísmo, lá nos vem as mesmas perguntas de sempre: ‘onde foi que eu errei?’ Se partimos do pressuposto supracitado, de que semelhante atrai semelhante, não há motivos para nesse relacionamento fraterno nos permitir esses questionamentos. A vida está aí e isso nunca deixará de existir. Há de se considerar, que nós só somos amigos daqueles os quais nos querem. Ou você alguma vez ficou desejando horas a fio ser amigo(a) daquele(a) fulano(a)? No amor as coisas são completamente diferentes. Você nunca falou com ele(a) e a criatura está lá cavalgando nos seu sonhos como em algum conto erótico de Rachel Green, escondido debaixo do seu travesseiro. Desde a tenra infância somos desencorajados(as) a saber que não  há compensações no amor, ou é ou não é. Seus amigos podem passar dias sem lhe ligar, mas você sabe que eles ainda estarão lá por você. Experimente isso com a tal criatura do seu atual ‘desdém’? Provavelmente, como na música de alguém, “(…) você planta e vem uma vaca e acaba com tudo”. Filosofia de forró, bem nordestino. Uma amizade perdida, dependendo de como for, foi só uma amizade. Um amor perdido, tem a dor da morte de um ente querido sentida. Embora a amizade tal qual o amor possua lá sua desavenças, esta nunca é UNILATERAL como o amor o é. Quantos dias você passou pensado que pessoa “a”, “b” ou “c” iam lhe ligar? Ou porque você tomou literalmente um porre porque viu ele(a) ficando com outra(o)? É através da amizade que passamos a ter o primeiro sentimento de autonomia. Freud diria aqui que a primeira ilusão amorosa que tivemos foi quando descobrimos ainda crianças que não somos os olhos e os ouvidos de nossas mães. Esse rompimento edipiano nos faz buscar valor em outras pessoas, por isso a existência do elo da amizade. É através dela que sabemos que há uma continuação de amor não correspondido. Caso clássico para isso, serve para aquele(a) que se isola durante o ‘amor’, se separa dos amigos e mesmo depois que volta lá estão eles, nem que seja para lhe jogar na cara a verdade nua e crua e ainda em sinônimo de altruísmo – por terem sido deixados para trás – acalantar o seu pranto.

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